R$ 190,00

Vagas esgotadas

Sobre a especificidade do tratamento psicanalítico analítico hoje

Coordenadores:
Ruggero Levy (SPPA) e a Magda Khouri (SBPSP)

 

Dia: 01/11, 4ª feira
Hora: das 8h às 18h

Participantes: de 8 a 15 pessoas

Este grupo teve início na América Latina em 2009, coordenado por Ruggero Levy (SPPA) e Clara Uriarte (APU). Passou a ser integrado também por Abel Fainstein (APA), Ana María Chabalgoity (APU), Elizabeth Chapuy (APC), Ema Ponce de León (APU). Mais tarde entraram Zelig Libermann (SPPA), Agustina Fernández (APA), César Luís de Souza Brito (SPPA), Maria Luisa Silva Checa (SPP), Magda Khouri (SBPSP) e Cláudia Roqueta (APA).

O grupo latino-americano coordenou grupos em diversas cidades, como Montevidéu (Uruguai), Rosário, Córdoba e Buenos Aires (Argentina), Bogotá e Cartagena (Colômbia), Lima (Peru), e nos Congressos da IPA no México, Praga, Boston e em Buenos Aires. Em 2016 passou a ser seminário integrante da formação psicanalítica da Associação Psicanalítica Argentina; tem sido também proposto como atividade regular para candidatos da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, e como atividade ocasional e aberta tanto para candidatos como para membros da Associação Psicanalítica do Uruguai, e para psicoterapeutas de orientação psicanalítica de outras Instituições do meio.

O eixo deste método está centrado no trabalho com o grupo participante, que reage consciente e inconscientemente ao que escuta e intui (Bion) diante dos aspectos da dinâmica do processo analítico apresentado, acionando diversos processos individuais e coletivos. A produção torna-se progressivamente um tecido associativo em que “o material não é mais a narrativa feita pelo apresentador, mas sim a narrativa com seus efeitos sobre o grupo” (Bleger, 2009; Séchaud, Frish, Bleger, 2010).

Os participantes gradativamente se permitem pensar diante dos demais e trabalhar com suas próprias reações emocionais e ocorrências diante da escuta do material apresentado pelo analista, material esse desprovido de referências biográficas do paciente, ou de elementos alusivos ao campo de transferência-contratransferência. Esse trabalho se dá no marco de uma sessão interanalítica, em que vai se construindo um espaço de intimidade e confiança grupal. Daí a importância de que os participantes reservem seu tempo integralmente para essa atividade (duas jornadas de 4-5 horas com uma noite entre elas), reproduzindo assim a constância do processo analítico. Trata-se de um trabalho mais próximo ao pensamento onírico, do que de reflexão no processo secundário (Sechaud, Frisch, Bleger, 2010).

No marco da função analítica dos participantes, o trabalho interanalítico grupal se transforma em uma caixa de ressonância dos elementos contidos nas sessões apresentadas em que os participantes “operam um trabalho de transformações e deslocamento sobre o campo da transferência, unem-se na tarefa do tratamento, procuram apreciar seu estado e o que ele veicula, descobrindo e redescobrindo a sucessão de réplicas, de desacordos e de restos que escapam ao dizer” (Dorey, 2009, apud Séchaud, Frish, Bleger, 2010).

No grupo, os elementos transferenciais são difratados em cada participante sobre vários objetos transferenciais. O grupo é capaz de descondensar inumeráveis facetas e investimentos de uma sessão pela comunhão entre os participantes das ressonâncias resultantes do material apresentado e seus efeitos sobre a dinâmica grupal (Sechaud, Frisch, Bleger, 2010).

Os suportes teóricos de nosso modelo são, entre outros, alguns autores chaves: Freud, Klein, Bion, M. Baranger e W. Baranger, Anzieu, Käes, Bleger, Dorey, Donnet.

Diferentemente da ideia de supervisão, ou de dinâmica de grupo, este intercâmbio interanalítico constitui um novo campo de investigação psicanalítica (Sechaud, Frisch, Bleger, 2010). É também uma modalidade de transmissão e investigação em ato do método analítico. Daí o valor de seu alcance formativo. Nesse sentido, foram apresentados, pelos integrantes do grupo latino-americano de Especificidade Hoje, vários trabalhos em congressos e jornadas, que ampliam os conceitos básicos transmitidos pelos autores europeus citados.

Referências

Camargo CAV, Sandler EH, Botelho EZF et ao. Nine psycho-analysts in search of a myth. Presentation at the 1997 Conference on the work of W. R. Bion, Turin, 1997. http://www.sicap.it/merciai/bion/papers/camar.htm. [Recuperado: 20/02/2018].

Donnet, J.L. (2009) Clinical reports, interanalytic exchanges in the analyzing situation. In: Kaës, R. (2013) Psychoanalytic work in groups EPF conference, London: Karnac, 2013.

Norman e Salomonsson, Weaving thoughts: A method for presenting and commentingpsychoanalytic case material in a peer group. Int J Psychoanal, 86:1281–98, 2005.

Séchaud, Evelyne; Frisch, Serge; Bleger, Leopoldo.  A especificidade do tratamento psicanalítico hoje. Revista Brasileira de Psicanálise, 44(3), 53-64, 2010.

Funcionamento

Após a abertura realizada pelos Moderadores, orientando a forma de trabalho em grupo, o(a) apresentador(a) lê para o grupo o diálogo de uma sessão de análise conduzida por ele, sem fornecer quaisquer dados sobre o paciente ou processo em andamento. Imediatamente abre-se o espaço para as livres associações dos participantes estimulados pela leitura. O apresentador permanece em silêncio o restante do tempo. Este processo repete-se pelas 3 ou 4 sessões lidas, conforme o tempo disponível. Na hora final da atividade, o apresentador terá a palavra à sua disposição para expor aspectos do caso clínico e seus comentários sobre o funcionamento e associações do grupo.

Observações

– A atividade é gravada, pois faz parte de material para pesquisa.

– Solicita-se que os participantes se comprometam a participarem integralmente das duas sessões, sob o risco de comprometerem o bom andamento dos trabalhos, caso se ausentem ou se atrasem.

– Os participantes da atividade assumem a responsabilidade de manter o sigilo sobre qualquer conteúdo do caso clínico.

 

Os WP são abertos apenas para membros e candidatos da Febrapsi. É possível inscrever-se em apenas um Working Party no Congresso.

R$ 190,00

Vagas esgotadas